quinta-feira, 14 de julho de 2011

Reporter de Emoções


Um bom repórter é aquele que está à frente de seu próprio tempo, está por dentro de cada acontecimento no mundo, notícias quentíssimas chegam às suas mãos sem explicação, e ele sabe sempre como transmiti-las ao mundo atual, moderno e cheio de críticas. A profissão de repórter é muito mais difícil do que todos julgam, ela é arriscada, cheia de pedras no caminho, competições e concorrência.

Todos querem ter as melhores notícias e muitas vezes guardam segredos para serem usados como armas em troca de informações que sejam de interesse de todos, mas só estejam ao alcance de poucos.

Tive um professor que dizia que o bom repórter é aquele que se entrega, sai nas ruas, vai atrás do que é importante, mas independente da informação colhida, tudo se torna notícia se partirmos de um ponto que desperte interesse no leitor. Ele me fez ver uma bomba em pequenas coisas, uma grande notícia em pessoas desconhecidas. Talvez o repórter do futuro seja assim, a procura de coisas novas, de notícias interessantes que estejam acima da realidade apenas, que sejam mais do que reais, que despertem realmente a atenção de todos e não só um grupo de pessoas restrito e fechado.

Um grande jornalista deve entrar na mente do leitor, ir além de uma notícia de momento, não que isso não seja importante, mas seria interessante se o repórter pudesse além de estar à frente do próprio tempo, estar à frente das expectativas.

Quando nós abrimos os jornais só encontramos notícias já esperadas, desgraças vistas com freqüência, fofocas além dos limites. “Rita Cadillac grava clipe de banda de forró e diz que não vai mais atuar em filmes pornôs”. “Aluno que queimou cabelo de professora não será punido”. É um “mix” de informações que não acrescentam, não ensinam e muito menos favorecem a vida daquele que procura notícias que mudem os seus dias, a sua concepção de ver o mundo.

Não que seja necessário esconder a realidade que está aí, correndo pelas veias dos jornais tentando abrir os olhos de uma sociedade sofrida e cansada da mesmice. Mas o repórter do futuro deverá mostrar não só o esperado, mas a realidade de forma positiva que enriquece opiniões e é capaz de formar grupos de discussão e não apenas de julgar o que parece ser certo ou errado.

O repórter tem o dever de coletar informações que chocam e emocionam, que façam o leitor pensar na realidade em que vive de forma com que ele se sinta na obrigação de procurar não só uma vida melhor, mas uma sociedade onde as pessoas consigam abrir o jornal pela manhã e terminar de lê-lo com um sorriso no rosto.

Talvez seja meio utópico querer que o repórter do futuro seja capaz de mudar pensamentos e meios de vida, mas se ele estiver cara a cara com a notícia que mesmo na pior das hipóteses ainda te mostre um novo meio de transformar o ruim em algo positivo, ele deve se apegar àquilo e mostrar a todos que mesmo num mundo de desgraças há quem mostre que tudo pode melhorar.

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